UF de Achete, Azoia de Baixo e Póvoa de Santarém UF de Achete, Azoia de Baixo e Póvoa de Santarém

Igrejas e Capelas de Achete

Achete


De interesse arquitetónico, na sede de Freguesia, encontra-se a Igreja Paroquial de Santa Maria de Achete.


                                                          

    

Este templo é de uma só nave, sem arco triunfal, com três altares ao fundo e duas capelas laterais com retábulos de pedraria, sendo o da Epístola formado por um arco entre duas colunas jónicas, caneladas do séc. XVI.

O altar-mor possui um bom retábulo de talha dourada e o púlpito possui colunas e pilares com caneluras jónicas. O teto é de três planos, em madeira de casquinha e dele pendia um rico lustre antigo de vidro, com traça dourada e pingentes.


                                                          


    Todo o templo é revestido de azulejos do tipo “PADRÃO” e “TAPETE” do Sec. XVII, de diversos desenhos, com faixas de cercaduras e, nele embutidos painéis pequenos com a Eucaristia, o Salvador e duas Virgens.

Os azulejos estão datados de 1648, num pequeno azulejo branco incluído no revestimento, junto ao púlpito.

Neste templo há boas imagens do séc. XVIII pintadas e estufadas com doiraduras. Junto à teia da nave, existiam uma de São Pedro, outra de São Paulo, medindo 1,180 m cada, uma de São João Evangelista e outra de São Bento, no altar do lado da Epístola, medindo 1,140 m.

Na torre há um relógio de sol e no adro havia restos de sepulturas antigas, uma delas trapezoidal, com a Cruz de Malta e vestígios de uma espada e uma arrecadação guardava seis jarras de altar, da fábrica do Rato, decoradas a ramos azuis sobre esmalte branco.

    Este monumento foi restaurado em 1998 e quando da remoção do revestimento azulejar, verificou-se que por debaixo deste, a parede apresentava, ainda um outro, diferente e muito mais antigo. Também ao ser removido o pavimento da zona nobre, desta igreja, foi encontrado um outro, constituído por lajes com a Cruz de Templária esculpida, assim como figuras de Santos da mesma época.

    Podemos afirmar, tal como os técnicos do CRque procederam ao restauro, que a grande riqueza deste edifício se encontra na talha dourada do altar-mor e na cobertura azulejar interior, cujos painéis de padrões semelhantes, mas sempre diferentes entre eles, conferem ao interior do templo uma riqueza patrimonial e cultural, de difícil semelhança nesta região.

A Freguesia de Achete possuía ainda oito ermidas:

 - Nossa Senhora do Bom Sucesso, situada na Ribeirinha de D. Fernando.
 - Santo António na Quinta das Martanas.

Destas duas ermidas pouco ou nada se conhece.

 - São João Baptista, situada num dos Casais do Verdelho (Casais de São João), é antiquíssima e a imagem do seu patrono está esculpida num seixo, com cunho medieval.


     















- Santo Amaro, pertence à Igreja de Santiago de Santarém que era da Ordem de Cristo, sofreu recentemente obras de restauro que remodelaram a sua traça.



                                                             


- São Simão, situada no lugar de Comeiras de Baixo, pouco se conhece da sua história, sabendo-se, no entanto, que é muito antiga.


                                                           


 - Santo António, situada em Advagar é uma ermida de arquitetura moderna, mas a imagem do seu patrono é pintada e estofada, com doiradura, do séc. XVIII.


                                                                


- Nossa Senhora do Leite ou Capela de Nossa Senhora de “Arocoeli”, situa-se no lugar de D. Fernando. Esta ermida mantém no seu único altar a imagem em madeira policromada de Nossa Senhora do Leite, oculta por um vestido e outras roupas, sentada, com o seu filho ao colo e agarrando o seio, numa atitude de mãe que amamenta.


                                                              



Toda a sua traça é de uma escultura de madeira, dos princípios do séc. XV, com restos de pintura antiga.

Sobre o lugar de D. Fernando, onde se situa esta ermida refere D. Francisco Câncio, na sua obra “Ribatejo Histórico e Monumental” e também o “Boletim da Junta de Província do Ribatejo” que no tempo em que o rei D. Fernando viveu em Santarém, quando das suas visitas a terras privilegiadas, deu o seu nome a uma pequena povoação desta freguesia, que ainda o conserva e que é este lugar.

Houve em Achete solares vários que pertenceram a figuras ilustres da nossa história.

A Quinta de Alcaidaria, na Torre do Bispo, foi propriedade de mui antiga, nobre família Coutinho, em que, D. Nuno Vasco Fernando Coutinho foi na expedição de Tânger em companhia dos infantes D. Henrique e D. Fernando. Passou mais tarde para os Duques de Lafões e ainda hoje pertence aos herdeiros desta família.

Um documento da Chancelaria do rei D. Afonso IV, filho de D. Dinis, fala-nos de algumas destas quintas que pertenciam ao Reguengo de Tojosa, que começava na água dos moinhos de Pernes, era delimitado pelo rio Alviela, a norte e pelo paúl do Feijoal a sul (actual Azóia de Baixo); doutras que integravam as terras dominadas pela ordem Religiosa e Militar dos Templários, até ao reinado de D. Dinis e doutras, ainda, que pertenceram à Ordem de Cristo.

Próximo da sede de freguesia há uma extensa propriedade com a denominação de Quinta D’El-Rei onde ainda se podem ver as ruínas de um solar medieval que segundo uma lenda, pertenceu ao Rei D. João I, que para aqui se deslocava com a família quando pretendia descansar. Diz-nos a mesma que, quando a rainha D. Filipa de Lencastre se encontrava grávida do seu último filho, Infante D. Fernando, considerando a sua idade já avançada e receando não ter leite para o amamentar, fez uma promessa a Nossa Senhora do Leite de, em sua honra, mandar construir, naquele lugar, uma ermida, se não surgissem dificuldades na amamentação.

Chegada ao fim a gravidez, o infante nasceu (1402) e a rainha-mãe, sentira-se feliz e tranquila, durante todo o tempo que foi necessário amamentar, porque o leite jorrava do seu seio em quantidade e qualidade.

Então a promessa foi comprida, no princípio do sec. XV e a capelinha, conhecida por “Capela de D. Fernando” lá se tem conservado ao longo de cerca cinco séculos, abrigando a devota imagem e, junto dela, se veio a formar a povoação que tomou o mesmo nome e que desde de sempre procurou refúgio na sua padroeira.

Esta ermida também é conhecida e designada por “Capela de Nossa Senhora de Aracoeli”. 

Igualmente próximas da sede da freguesia ainda existem a Quinta de Dona Belida, criada em 1395 e era pertença da Ordem de Cristo, a Quinta das Martanas que foi dos Condes de Alcáçova, a Quinta de Vale Flores que pertenceu ao Visconde da Ribeira do Paço, onde se encontra uma azinheira multissecular e de colossal tamanho e a Quinta da Caparota.

Todas estas quintas foram saqueadas e queimadas pelas tropas francesas, no período das invasões, à excepção da Quinta da Caparota que foi a mais poupada.




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